Diminuição do desejo sexual

Diminuição do desejo sexual

Diminuição do desejo sexual


Essa é a disfunção sexual mais comum em mulheres e que vem crescendo na população masculina. É muito comum ouvir no consultório de ginecologia frases como “ gosto do meu parceiro(a) mas não tenho vontade de transar”, “ se meu parceiro(a) não tomar a inciativa para mim tanto faz se a gente tem relação ou não “ ou “ eu não tenho desejo nenhum”. 

Mas primeiro o que é libido/desejo sexual? A definição é bem ampla, libido significa energia à vida. É literalmente o que te faz acordar de manhã, ir atrás dos seus sonhos, o modo como você se vê e se comporta no mundo. Ou seja, a sexualidade não está restrita ao ato sexual, ela engloba todos os parâmetros das nossas vidas. 

É por isso que, muitas vezes, durante o tratamento das disfunções sexuais os pacientes referem melhora em outras áreas da vida também. 

A diminuição do desejo sexual( também conhecido como desejo sexual hipoativo) se apresenta como redução ou ausência de fantasias sexuais e/ou vontade de ter relações sexuais com duração mínima de 6 meses e que esteja causando insatisfação no indivíduo. 

O que são fantasias sexuais nesse contexto? É se imaginar em situações eróticas, transando ou simplesmente fantasiar sobre o sexo.

Existem doenças que podem afetar o desejo sexual? Sim. Algumas dela são anemia grave, hipotireoidismo, transtorno depressivo, diabetes descontrolada, dentre outras. Vale ressaltar que, as vezes, a doença não interfere na libido diretamente, mas o diagnóstico dela pode alterar a autoestima do paciente o que pode diminuir o desejo sexual.

Algumas medicações podem alterar a libido como os anticoncepcionais, ansiolíticos e antidepressivos. Hábitos como tabagismo, ingestão frequente de álcool ou uso de drogas ilícitas podem diminuir o desejo sexual também.

Existem ainda as situações que o indivíduo sente dor durante a relação o que faz com que ele(a) evite o contato sexual. Isso pode ocorrer devido infeções, cirurgias prévias, falta de lubrificação e disfunções no assoalho pélvico. Por isso é importante o exame físico durante a avaliação.

Baixa autoestima e autoconfiança podem fazer o indivíduo ter medo do olhar e do julgamento do outro durante o ato sexual o que, muitas vezes, faz com que ele evite ter relações sexuais.

A falta de educação em sexualidade contribui muito para diminuição da libido. Principalmente para as mulheres, o sexo foi ensinado como sendo algo sujo e proibido. A masturbação era vista como um pecado. Isso contribuiu para uma falta de autoconhecimento sobre o próprio corpo e o que provoca prazer. Por isso para muitas mulheres ainda é difícil fantasiar sobre sexo. Se o indivíduo não se estimula sexualmente, consequentemente a libido vai diminuir ao longo dos anos.

A relação com a parceria também é um fator importante. Relações sem diálogo, comunicação e sem divisão de tarefas tendem a provocar diminuição de libido tanto nas mulheres quanto nos homens. Se não existe parceria, cumplicidade e confiança, também não existirá um local propício para o sexo.

Casais que brincam entre si, riem juntos e se provocam sexualmente, possuem maiores chances de terem uma vida sexual mais satisfatória para ambos.

Em alguns momentos da vida é natural que o desejo sexual diminua um pouco. Um exemplo é o pós parto. As alterações hormonais, as demandas do recém nascido, o cansaço e a diminuição da lubrificação vaginal podem provocar uma diminuição da libido. Cada mulher irá retornar a sua rotina sexual no seu tempo. E o tempo de cada uma é bastante individual. Ele depende da relação com a parceira, de como foi o pré natal, parto e puerpério e das expectativas em relação à maternidade.

E os principais fatores de diminuição do desejo sexual atualmente é o estresse e o cansaço. Não tem jeito, se há um excesso de cansaço ou estresse, o indivíduo não consegue focar no ato sexual. Uma relação sexual satisfatória necessita de foco no momento presente, no dar e receber prazer.

A rotina a mil por hora que a maioria das pessoas vive atualmente provoca exatamente o oposto. A todo momento estamos pensando em diferentes coisas e tarefas ao mesmo tempo. Existe hoje um excesso de informações e, consequentemente, de preocupações. Uma mente inquieta e preocupada não consegue o relaxamento necessário para ter desejo sexual. 

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